Olá, eu sou o Henrique, o Pedro, o João, o Francisco... entre muitos e diversificados nomes que rodeiam todo este hemisfério de consumismo! Talvez este tenha sido o meu maior problema - o consumismo - para mim ter dinheiro era algo natural, andava com muito dinheiro dentro dos bolsos, e comprava tudo o que queria, e amigos, pensava eu! De facto o dinheiro não nos torna felizes, ele é bastante importante para a nossa vida ser confortável, mas neste momento... só queria mesmo ter a minha família aqui ao pé de mim, a tirar-me destas calçadas frias e sujas! Pois é! Eu tinha tudo e agora não tenho nada, "c'est la vie!" como costumava dizer o meu avô paterno, que desde sempre me ensinou a fazer as poupanças, mas eu nunca liguei, mesmo quando herdei o que ele me tinha confiando, tapei os ouvidos e gastei... vivi uma vida luxuosa, mas perdi o que melhor tinha "a minha família e os meus verdadeiros amigos (Tiago e Joana)". Todos eles me apoiaram, menos aqueles que se chegavam a mim apenas por interesse "um dia um desses passou por mim na rua, viu-me no chão a mendigar! Ele reconheceu-me mas passou como se eu fosse um monte de lixo perdido e sem rumo num aterro sanitário. Ontem, vi o Tiago e a Joana a passearem juntos, quão bom era relembrar-me dos momentos que passava-mos juntos, a passear no jardim de Serralves a comer um gelado, a contemplar as árvores, a Natureza...que bons esses momentos!
Agora, depois de mendigar durante um mês, sem comer e beber, decidi escrever esta carta numa pequena folha de papel que encontrei na rua "era perfumada cheirava a eucalipto e pelo meio tinha um travo ofegante de morango, ideal para escrever o que acabam de ler!
Depois desta carta, uma oportunidade veio ao de cima "obrigado senhor por esta oportunidade" dizia eu, algo que não era habitual da minha parte, mas todos nós temos um pouco de fé!
Agora, tenho uma vida digna, sou poupado, vivo bem e faço as coisas com responsabilidade, tenho os meus melhores amigos de novo, e uma família que me ama!
Ass: Anónimo da Vida
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